Tuesday 28 September 2010

Sê tu a palavra

1.
Sê tu a palavra,
branca rosa brava.

6.
Da chama à espada
o caminho é solitário.

7.
Que me quereis,
se me não dais
o que é tão meu?
Música, levai-me:

Onde estão as barcas?
Onde são as ilhas?



Eugénio de Andrade

Untitled, Agbogbloshie Market, Accra, Ghana 2010 - PIETER HUGO

Untitled, Agbogbloshie Market, Accra, Ghana 2010 - PIETER HUGO

Friday 24 September 2010

Estas minhas horas H, que quase sempre acabam em nada

Hoje não.

Estes momentos repetem-se cada vez mais assiduamente: a certa altura do dia, tenho uma série de ideias luminosas de ligações entre as coisas blá blá - são sempre pelo menos 10 ideias - todas ao mesmo tempo.  Resultado, fico, normalmente sem conseguir fazer nenhuma.
Escusado será dizer que isto se deve apenas à situação, à falta da escola de que tanto precisava. Ou preciso.

"Mente", deixa-me em paz: já sabes que não posso fazer tudo.
Teremos que fazer uma coisa...

Monday 20 September 2010

à laia de ensaio com poema completo

Amigos

Mas alguma vez pensais que quem tem alma grande, deixa de a ter de um momento para o outro?
Nunca.
E assim é, portanto também, a respeito de Portugal.

Lembro-me que segundo Gurdjieff - em quem aliás não acredito senão parcialmente: mais um homem poderoso ao que parece muito envolvido com o sexo das damas mas desconheço ainda estes detalhes, e a relação entre isso e estes textos, não são agora para aqui chamada, se bem que seja relevante -....
Por ventura, segundo os ensinamentos sufis, (já que era esta a fonte de Gurdhjieff) e não só, a alma é coisa que a gente tem que ir criando. Talvez eles chamem ter que ir criando a alma ao que os místicos cristãos chamam limpar a alma. Querem os cristãos com isto dizer que é Deus quem faz e não nós, etc.
Chamemos-lhe "criar ou limpar", todos podemos sentir que a alma portuguesa ainda se busca ou buscamo-la nós. Mas a alma não é imortal?
Quando dizemos que um país chega ao fim.... que uma civilização morre... se morre... e tem alma, sobrevive a alma.... e consequentemente, dela nos temos que ocupar. Exactamente como também nos devemos ocupar da nossa alma.
Pouco importa portanto, para considerações acerda de nos ocuparmos ou não de Portugal, se estamos à beira da morte ou não. A alma aqui está: como um grito que chama pela nossa união.   
E quanto a mim ela, esta unidade de Portugal terra, portugal alma e portugal espírito, está bem viva, nada morta, por começar ainda! Quase por nascer...e... e aprender a voar!
(Mas as mães, as boas mães dos humanos, sabem que isso demora tempo, às vezes, quase a vida inteira...)

O melhor professor é o amor. E para algumas pessoas, é o único. Para mim, por exemplo, é o único. Foi o que aprendi, provavelmente à custa de ele ter sido escasso... :) (deixemos passar por agora o paradoxo. :).
Ok. O amor não existe sem o saber. Aqui, pode surgir-nos a pergunta do ovo e da galinha: o que vem primeiro, o saber ou o amor?
Bem... atrevo-me a dizer, o amor. 
Porque o amor não desiste, o amor é forçado, à custa do sofrimento, a procurar o saber. Não desistir, não ameaçar, não matar, são propriedades do amor.

Até mesmo o poema do Melro, de Guerra Junqueiro, é belo, mas é tempo de procurarmos outras soluções.
É tempo de compreendermos que o melro que tenta libertar seus filhos da gaiola, pode aprender a abri-la, ou talvez com a ajuda de mais melros consiga forçar a fechadura. Ou aqueles que prendem melros em gaiolas, podem ser levados a amar melros de melhor maneira, do que aprisioná-los, tudo sem assassínios... pelo menos, no caso de o Melro, ser um ser humano. Por de certo que o comportamento heróico de um melro não será heróico no ser humano. 

Diz-se hoje em dia, por exemplo, — e isso não será talvez ainda um problema em Portugal — que o homem se tornou "efiminado" (?), que há uma crise da virilidade. Mas essa crise, deve-se a um excesso de amor? Deve-se ao amor das mães que educaram os filhos de forma efeminada? Não.
Alguma vez nos atrevemos a dizer que a nossa sociedade é guiada por amor?

O Bahagawat Guita é um livro de ensinamentos espirituais, que apoia a guerra.

Vejamos este texto de "Uma Visão" de Yeats. (pag 53, edição relógio d'agua). Descreve-se o discurso de um homem que surge como sábio, guia espiritual:

"Após uma era de necessidade, verdade, bondade, mecanicismo, ciência, democracia, abstracção, paz, vem uma era de liberdade, ficção, maldade, analogia, arte, aristocracia, particularismo, guerra. Terá a vela da nossa era ardido até ao castiçal?
Caras aves predadoras, preparai-vos para a guerra, preparai vossos filhos e tudo quanto esteja ao vosso alcance, pois como poderá uma nação ou raça converter-se  sem guerra nessa brilhante "estrela sem igual" de que falava Shakespeare, a estrela que iluminava as estradas da infância? Submetei a arte, a moral, os costumes, o pensamento, à prova das Termópilas; fazei com que ricos e pobres ajam uns para os outros de modo que aí possam combater lado a lado. Amai a guerra pelo seu horror, para que possa transformar-se a fé, renovar-se a civilização. ... Quando uma raça descobre, através da aparição e do horror, que a perfeição nunca perece, nem a imperfeição pode por muito tempo ser interrompida, quem conseguirá deter essa raça? A fé renova-se continuamente na provação da morte. "

Na realidade este pensamento ainda é o que está na base da estrutura das nossas sociedades.

Todos os artistas e intelectuais alemães de antes da I Guerra mundial acreditavam que a guerra ia resolver os problemas de degeneração da sociedade. Deixaram de acreditar, quando a viveram, à guerra.

O facto é que vivemos numa sociedade e num mundo baseado em princípios de guerra. E a grande maioria das pessoas ainda acredita nela como maneira de resolver os problemas: eliminar o outro. Se assim não fosse, não viveríamos no mundo em que vivemos.

Deixando um outro tema de parte que aqui quis abordar, respeitante à solidariedade, à amizade, o que quero fazer é partilhar um poema de Augusto Casimiro. Ele era republicano, no entanto, penso que não há nada neste poema que desgoste os monárquicos ... ?

E eu gostaria de vos dizer aquilo em que eu acredito. É apenas a minha visão, e por decerto de acordo com a de outros e com a de Agostinho da Silva. Porém, estou mais certa do que nunca, de que esse é o contributo que um dia posso dar, para essa parte do caminho de Portugal:

Encontrar o caminho espiritual para a Índia, o caminho interior.  
Travar a Guerra, mas é a Guerra interior ! A Guerra que trata de conhecermos as ilhas desconhecidas dentro de nós, de ir às descobertas dentro de nós. Mas dentro de nós, não separados, mas ... de mãos dadas. Não para ficarmos lá dentro fechados, mas como base e verdadeiro governo das nossas acções políticas externas.
De darmos as mãos e meditarmos juntos, em vez de só cada um para si, e de nos unirmos numa fraternidade que nasça desta nova luz.
Penso que também a  Monarquia tem um significado interior:  tal como nos contos de fadas — e embora todas as dificuldades em realizar os sonhos! — cada um de nós é uma princesa e príncipe em potência, e um rei e raínha em potência, que procura a união....
Penso que podemos descobrir um novo sistema de governo, partindo do bom das antigas tradições, pois que o amor trará todo um grande e novo saber. 

Acredito no poema de Augusto Casimiro, se o transportarmos para a compreensão interior e espiritual e penso que se iniciarmos um movimento espiritual entre nós, nos uniremos finalmente, portugueses, e criaremos um país diferente.


E no fundo queria partilhá-lo convosco, esse poema:
Ele diz tanto mais, tanto mais do amor e do anseio que me vai na alma,
para pedir a vossa ajuda a eu, um dia poder ajudar
e, com todos vocês, 
poder fazer a minha parte,
a minha pequenina parte.

O dia foi muito cansativo e terminou cansado
Mas começou com a certeza de algo que queria partilhar convosco.
A que que a Monarquia, a Guerra, a luta, a conquista, a vitória e o bem
que procuramos para o nosso País
são as interiores.
E que com essa inspiração, guiados pelo espírito do amor,
formaremos o País por fora.
Protegeremos as suas riquezas que voltaremos a crescer e a criar
na agricultura, nas artes, num turismo não destrutivo, nos artesanatos.
E deveremos desenvolver um sistema económico para Portugal,
aparte a miséria financeira internacional.
Precisamos de acreditar mais em nós próprios :))) como vocês sabem melhor do que eu, ainda.
E depois, muitos se poderão juntar à nossa aventura....

Bem sei, outros já estão muitos avançados em fazer muitas coisas destas.

Mas às vezes há diferenças, que se tornam importantes.

Não sei. Sei que tinha que dizer isto hoje. 
Mesmo que imperfeita imcompleta e desageitadamente. 
Mesmo que não se compreenda bem a que propósito vem tudo isto...
ou que eu não vos possa explicar agora a que propósito vem tudo isto.

Talvez a propósito de as nossas sortes, a minha e a de Portugal estarem, realmente, ligadas, como muito simplesmente digo no meu simples poema: 

"Eu,
Portugal"

Talvez isso, se for preciso, eu possa vir a explicar .

Talvez porque cada um de nós, é Portugal.
Tu, és Portugal.

Swedenborg conta como a partir de certo ponto de vista celeste, cada povo de um país é um ser humano....

Hoje não posso acabar o poema, mas sim amanhã :






A TENTAÇÃO DO MAR

Ponho-me às vezes a escutar, atento, 
A voz do sangue, a voz da minha raça...
E em meus olhos, então, saudosos, passa
Uma visão que é um deslumbramento!

Em honras de amargura e de ansiedade,
Quando os meus braços tombam de fadiga,
— Ponham-me a ouvir aquela voz antiga
Religiosamente, com saudade...

É quando a noite cai silenciosa
E uma tristeza oculta chora entre nós,
Que eu ouço aquela voz misteriosa
E me esqueço a falar com meus avós!

É quando alguém me diz que tudo é morto,
Que a Pátria é morta e destruído o lar...
Quando vagueio pálido e absorto,
Com amargura e sem acreditar!

É quando eu vejo a terra abandonada,
O Passado esquecido... E escuto, além,
Na escuridão da noite envergonhada,
Insultarem a Pátria, a própria Mãe...

Quando oiço o Mar ao longe embravecido,
Bolsando ao ar os negros vagalhões,
No silêncio profundo e estarrecido,
A cantar as estrofes de Camões...

É quando, à luz amiga das estrelas,
O Mar saudoso e bom, o Mar profundo,
Julga, a sonhar, que embala caravelas
Que vão partir a devassar o Mundo!

Ficam-se os olhos húmidos, inquietos
A interrogar em vão a noite escura.
E eu sinto em mim a trágica amargura
Dos destinos falhados, incompletos....





Mas, numa aurora esplêndida e bendita
É então, é então que em mim desperta
E ao meu sangue novo ressuscita
O espírito da raça num alerta!

E no meu sangue, em turbilhões, a arder,
Em orgulho e em fé e esforço altivo,
Todas as glórias do Passado vivo,
Todo o passado canta no meu ser!...

...São primeiro os indómitos pastores,
Rudes, selvagens, livres, vagabundos,
Gigantescos, erguidos nos pendores
Das altas serras sob os céus profundos!...

Vejo-os além de mim, longe, na bruma,
Pelas encostas bárbaras da serra...
E olham receosos a nevada espuma
Dos braços do MAr cingindo a Terra...

Vejo-os cavando o solo... E o trigo cresce.....
— Olha as searas de oiro, os frutos loiros!...
As enxadas ao Sol, — olhai, — parece 
Que cintilam no ar como tesoiros...

Vejo-os por fim à beira-Mar, um dia,
Ouvindo as ondas cérulas cantar...
E já os tenta uma visão que erguia
Aos olhos deles a canção do Mar...

Vão-se à floresta... Brilham os machados...
E os troncos descem, mortos, sobre os rios...
Ei-los , na foz que se erguem, espantados,
Ei-los no ar, são mastros de navios...

Depois, — ó dia grande! — eu vejo  o Povo
Da minha Terra à beira-mar chorando...
É o doirado romper de um tempo novo!
São as velas, ao longe navegando!...

Pelo mar fora vão, pela ventura,
Levam somente a graça do Senhor!
De asas abertas, pela noite escura,
Nem as detém o próprio Adamastor...

Vede os mareantes, vede os vagabundos,
Percorrendo as longínquas solidões...
Dão ao mundo espantado novos mundos!...
Dão ao Futuro os versos de Camões!

Abrem a Idade-nova! E o mundo inteiro
Viu-se maior, mais rico ao despertar,
Pelo esforço do Povo-marinheiro
Que atravessara e dominara o Mar...

Grita em meu sangue a fúlgida eopeia,
Cega-me a luz a arder de tantos sóis,
Sobe do Mar da Glória a maré cheia,
o Sol aureola as frontes dos heróis!

E então em mim renasce o velho culto,
o antigo amor, a vida vencedora...
E em meus olhos ardentes passa o vulto
Duma Pátria a sorrir como uma aurora.

Pulsa irrequieto, a arder, meu sangue novo. 
Rasga-se ao meu olhar um alto fim!...
E toda a alma heróica deste povo
Sinto-a sonhar e delirar em mim...

Ah! como é bela a Vida ansiosa, inquieta,
Ah! como é grande e belo navegar!
— Sou marinheiro porque sou Poeta,
— Vinde comigo, vamos para o Mar!

Ah! como é bela a ânsia desmedida
Que nos dilata e peito, a estremecer,
E nos exalta e nos dilata a vida,
E nos levanta e diviniza o ser!

Ó meus avós — heróis da Descoberta,
Quero ir convosco pelos mares fora...
É a vossa alma que hoje em mim desperta,
É o cosso coração que sinto agora!

Vamos todos para o Mar!... Se acaso o Mundo
Estreito for pra tanta ansiedade,
Vamos às Índias que há no céu profundo,
Vamos cruzar, correr a Imensidade!...

Numa divina ânsia erguei os braços,
Livre já das algemas, para o Céu!
— Há muitos sóis brilhando nos espaços, —
Vamos roubá-los como Prometeu!...

Há mundos novos pra arrrancar à Treva,
Muitas venturas pra roubar à Dor...
— Partamos todos numa ardente leva,
Erguendo ao alto pavilhões de Amor!

No mar profundo e vasto do Futuro
Há muitas Índias para descobrir...
Vamos abrir à luz o Oceano escuro,
Vamos tocar às praias do Porvir!...

É embarcar e partir com ansiedade!
— Vamos buscar aos horizontes novos,
Índias-novas de Amor e liberdade,
E mais luz e justiça para os Povos!...

É olhar o Passado!— Olhai-o vós
Com bons olhos de Amor... E escutai!
— É toda a História que se escuta em nós,
— Vede a maré de glória que aí vai!

Deitais barcos ao Mar! Eh! — marinheiros!
Que esperais vós, então? — Vá, embarcar!...
— Nós somos inda os mesmos marinheiros,
— É este ainda o mesmo antigo Mar!

O mundo é sempre novo, — ó meus amigos!
E o Futuro é imenso e o Ideal...

— Embarquemos pra o Mar como os antigos,
— Que este é ainda o mesmo Portugal!




12-10-1911,  Augusto Casimiro

Estou a trabalhar com grande urgência depois de uma interrrupção de horas que foi necessária: o advogado, que é um dos meus anjos da guarda do momento precisou falar comigo, e já não pude fazer o que pensara.

Os textos que surgirão hoje

Com a graça de Deus... nas próximas horas, imperfeitos e muito incompleto que sejam, algo hei-de publicar.
Atenção, no entanto, ainda tenho que os escrever.
http://meditando.wordpress.com/2010/09/06/prece-por-um-criminoso-4/
ok
PRECE:
Senhor, Deus de misericórdia,
Tira-lhe dos olhos a venda que lhe oculta a gravidade de suas faltas. Possa o seu arrependimento merecer de ti acolhimento benévolo e abrandar os sofrimentos de sua alma! 
Senhor, tem piedade dele!

Alinhavos à laia de MARCO..... 20, e o dia do primeiro julgamento

Sobre o julgamento:
(AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH..................acabei de saber os resultados.
Mas primeiro os outros textos a surgir nas horas próximas. Mas agora já meu coração....)


Precedendo outros textos a surgir nas horas próximas...
MUITO MATERIAL RICO PARA TRANSFORMAÇÕES QUE SE IMPÕEM E
POEMAS POR FAZER



Teu corpo agarrado
meu corpo amarrado
pelo horror

Meu corpo atropelado
teu corpo de mãe, menina,
de mulher 
no chão esmagado
triste sina
de ser
— passado?
Um tractor
humano morto
máquina viva
espírito torto
com carne e pele e ossos
de chumbo 
grossos
e toda a fealdade
de um ser repelente
de uma bestial verdade
de uma consciência ausente

Nossos corpos dobrados
nossos corpos obrigados
pelo mundo oco
pela luxúria cega
pela violência
de quem louco
odeia a sapiência
destrói
a quem pega
só dói,
sómente
mente
mente
mente
e nada
sente.

Friday 17 September 2010

Nocturnos

 

Hoje 1 e 2

Eu sou o homem que conheceu a aflição, sob a vara do Seu furor. Conduziu-me e fez-me caminhar nas trevas e não na claridade. Dirige a Sua mão contra mim todos os dias e sem cessar. Consumiu a minha carne e a mnha pele, partiu os meus ossos.  Edificou contra mim, e me cercou de veneno e de dores. Fez.me morar nas trevas, como os mortos de há muito tempo. Cercou-me com um muro para que não possa sair, carregou-me de pesados grilhões. 

Lamentações de Jeremias, da noite obscura de João da Cruz. 


1:








2: O Anjo:




Thursday 16 September 2010

Tomas Luis de Victoria - Caligaverunt oculi mei

Victoria - Tenebrae Responsories - Eram quasi agnus

Victoria - Tenebrae Responsories - Tenebrae factae sunt

ontem, hoje, e 20 de Setembro

Ontem: Na boca do lobo.Hoje e amanhã: na boca do lobo.

Horas H.
??? !!!!!!

20 de Setembro é o julgamento.
(Mas hoje explicaram: é só o primeiro.)


Dei horas.
Agora a roubá-las do descanso indispensável para um dia que é um projecto impossível! 

Levantar-me às ....3h30 ou 4h
Para CONTINUAR o nado das águas escuras - e NÃO PENSAR...


???®˙åæ®˙ßß®ˇßˇ∂™¥„µøµ ‘™æ∫†„∫√¥ „¯ˇß¥ı[„ıµ¬ ∫∂ æµ ƒ∂ß∑߯†„]ø„ ‰®æ∂ƒß√ƒ∫˙∑߃¥¯ı [ø]‘ı„“µ¯ ¬˙  æ™÷¯†∂™ˇ¬ƒ˙«æ√ıµ„ƒ˙¬ æ®™√†÷ıø„∫µ¬ √©∂ƒßæ®∑£™æ‰¥®†¶¯«™ˇæ®ß¥‰¶÷ßß[‰ı£ß„߯Ωæ˙∂ˇ®¥∂†÷ı„“¯©˙µ ¬ƒ∂∫ˇæ™ß¶†÷ı[øı‘ƒ¥“©µˇ¬ƒ«∫∂Ω√ß®™‰¶ı[ø‘¯“√ µ¬∫√ ßΩƒ∑壙‰¥¶†
ߡ™®«¥„µ«˙ˇ©ƒı¯„¯¬©˙ƒˇ˙¥„ˇ¯†˙¥¯«™ƒˇƒ™¯©¥„√ı†‘ˇ¥¬™¯ƒ¯™¥„µ“„ˇ„‘ıƒ‘ƒ„ˇ®™∂˙∂«ƒΩ˙®∂«ˇˇƒ¯«ƒ


De ontem à noite: Continuar o que disse

Várias mensagens numa só, a título de tentativa de comunicação, mesmo que precária.


E assim, ontem de manhã, me lancei. A fazer, como disse. O que tenho que fazer, tão simplesmente.
Coração como massa de fazer pão.

É como (foi esta a metáfora que ontem de manhã surgiu)
mergulhar num daqueles tanques negros em que a água está talvez limpa mas o fundo cheio de algas e peixes,
ou um rio assim, e é preciso chegar ao outro lado sem pousar os pés e a água é gelada e não se sabe se limpa se suja, nem o que há lá por baixo.
Fica tão longe a outra margem, que não se vê.

Só paro quando lá chegar.

No fundo, É esta a minha aprendizagem, a minha lição número um. Sempre foi.

Trevas, mas também a alegria de ter iniciado. Ontem.
Não: à noite, houve muito mais que alegria:



2 - À noite - esperava-me aquele sentir, e esperavam-me na cama as palavras divinas
como flor

não,
como botão

não,
ainda como ...
semente....

A partilhar, a fazer crescer !

e era tudo fonte
amor...
o mesmo brilho
para oferecer

E é.



3 - o filme de melhoria de vida


Lembro aquele filme!! será uma dádiva amorosa para ajudar
mulheres loucas:

Nartan, e antes da morte, que fez ele?
Foi isso também?
Foste colher a morte no teu paraíso.
Ajudaste-o. 


4 - Falando de riscos, de saltos !!.... que foram nada mais do que erros. Quantos já!

     Agora, foram 3 anos da minha vida assim, - ou mais!! (Depende das consequências do agora, ainda....).

5 - Mas tão mais do que isto exprime a música.



Friday 10 September 2010

... poema do pecado original

...      (da sebenta de uma voz destrem-nada, a propósito do riso de algumas mães... e de pedras.)

           



A mãe que venceu no vazio
sem nada
um sorriso, o riso
o muito riso
no nada
segurando o filho
a filha 
contra o peito
a mão firme
firme
por amor
tremendo à noite nos sonhos
vencendo de dia
medos medonhos.

Desaparece a mãe
cresce a rosa
no coração dos filhos,
— o bem-escutado !
faz-se roseira, roseiral
fonte do aroma
alimento do Anjo
que sempre os guia
e lhes estende a mão
quando da travessia
de uma nova escuridão.

A mãe sem nada
a luta
todos os dias
e a guerra.
O seu riso
que tudo iluminava
as montanhas da serra
as pedras da casa
os rostos das crianças 
e o espaço que então
Deus habitava
dentro dela.

Oferecida a vida
partiram os filhos 
cheios de esperanças
cada um em sua caravela
ricos e venturosos
Sem medo,
de si mesmo um tanto
orgulhosos.

A mãe que amou
antes de ser amada
a mãe que 
o amor multiplicou
da semente do nada.



9 - 9