Sempre foi no silêncio
que nasceu a rosa
a flor
da palavra.
Os frutos por colher
em mim
de uma árvore por crescer
no desconhecido jardim.
No silêncio
o meu segredo fala
de desgraça e miséria
(ele que me não fala)
Oco, foi o espaço do horror
dos ignóbeis humanos ritos
onde brotou o mal engolidor
dos meus gritos.
Oco foi o vazio
onde passei a dor
mas no silêncio,
passa ela a ser flor.
No silêncio
me orientei para a felicidade
de mãos abertas
de mãos cheias de rosas.
Mas o meu segredo
não as quis, às rosas
e as minhas mãos envelheceram
mas as rosas, não.
São flores desfeitas
pétalas soltas,
perfumes ao vento
sementes a semear
por dentro do tempo.
São rosas-poentes
São flores da dor
São rosas-sementes
por germinar
dentro do amor.
14 Junho 2110